Plano golpista encontrado no celular de Mauro Cid envolveu cúpula das Forças Armadas
Em sua resposta, Cid foi breve: “Mas o PR (presidente) não pode dar uma ordem se ele não confia no ACE (Alto-Comando do Exército)”. No dia seguinte, Lawand retomou o assunto e relatou um encontro entre “um amigo do QG” e o general Edson Skora Rosty, então subcomandante de Operações Terrestres, que teria concordado com a ofensiva. Lawand afirmou: “Foi uma conversa longa, mas, para resumir, se o EB (Exército Brasileiro) receber a ordem, cumpre prontamente”. No entanto, ele ponderou: “O Exército não fará nada por conta própria, pois seria visto como um golpe. Portanto, está nas mãos do PR (presidente)”.
Nove dias depois, as intenções golpistas continuavam presentes nas interações da dupla. Lawand assegurou: “Se a cúpula do Exército não está com ele, da Divisão para baixo está”. Ele prosseguiu suplicando: “Assessore e dê-lhe coragem. Pelo amor de Deus”. Cid informou que muitas coisas estavam acontecendo “passo a passo”. Lawand comemorou: “Excelente!”.
Procurado pela revista, Lawand, que foi designado pelo governo Lula para assumir o cargo de representante militar em Washington, nos Estados Unidos, afirmou ter uma relação de amizade com Cid e que suas conversas tratavam de assuntos triviais. Ele afirmou não se lembrar de nenhum diálogo com teor golpista. O general Rosty também relatou não se recordar de conversas desse tipo. Cid está preso desde o início de maio, após uma operação da Polícia Federal sobre fraudes em cartões de vacina, na qual seu telefone foi apreendido.
Fonte: wscom