Prefeitura promove atividade do ‘Setembro Amarelo’ em casa de acolhimento para adultos

A Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuc), realizou, na tarde desta quinta-feira (18), uma atividade alusiva ao Setembro Amarelo com os moradores da Casa Adulto I – Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, que oferece acolhimento provisório a adultos de 19 a 59 anos em situação de rua ou vulnerabilidade social.

O objetivo da ação foi reforçar a importância da valorização da vida e da prevenção ao suicídio, promovendo um espaço de diálogo e acolhimento. De acordo com a coordenadora da unidade, Elaine Dantas, o trabalho realizado nas casas de acolhimento busca diariamente cuidar não apenas da saúde física, mas também da saúde mental dos moradores.
“Muitas das pessoas que chegam até nós já pensaram ou tentaram o suicídio. Por isso, precisamos trabalhar de forma cuidadosa, lembrando sempre que cada vida é uma história. Nosso papel é mostrar que ninguém está sozinho. A prevenção começa em pequenos gestos de cuidado e empatia. É preciso abraçar, estender a mão e valorizar a vida”, destacou.
A programação incluiu dinâmicas e uma roda de conversa conduzida pelo psicólogo Marcos Soares, que integra a rede de proteção. “O Setembro Amarelo é uma campanha mundialmente reconhecida, mas nosso foco precisa ir além, é trabalhar a valorização da vida. Devemos fortalecer os pilares do autoconhecimento: quem sou eu, o que posso e quando posso. A negatividade não pode ser exaltada, ela precisa ser combatida com consciência e apoio. Aqui em João Pessoa, esse trabalho é feito com humanização, dando aos acolhidos a certeza de que não estão sozinhos”, reforçou.
Um dos moradores, que não terá a identidade divulgada, compartilhou a importância do momento. “Esse encontro foi maravilhoso, um momento propício para todos os acolhidos que estavam aqui presentes e precisando de um momento desse de harmonia. De saber que somos seres humanos e temos um apoio de muitas pessoas”, contou.
Histórias que chegam ao acolhimento – Ainda segundo a coordenadora Elaine Dantas, muitas pessoas acolhidas chegam em condições de extrema vulnerabilidade, frequentemente marcadas pelo uso de substâncias e pela ruptura dos laços familiares.
“É comum recebermos pessoas com a saúde física e mental bastante comprometida em função da drogadição. Muitas vezes elas também perderam vínculos familiares, o que agrava a situação de exclusão. Nosso papel é resgatar a dignidade, apoiando em questões práticas, como retirada de documentação, acompanhamento médico e reinserção social”, explicou.
Sobre o serviço – O Município conta atualmente com quatro unidades de acolhimento: Casa Adulto I, II e III, além da Casa Mãe Ternura. Juntas, têm capacidade para até 120 pessoas, sendo 30 em cada casa.
Os espaços funcionam em regime misto, recebendo homens, mulheres, pessoas LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, sempre priorizando o respeito à diversidade e às necessidades específicas de cada indivíduo. O público atendido é composto majoritariamente por pessoas em situação de rua, em extrema vulnerabilidade social, muitas delas com histórico de violações de direitos, fragilidade socioeconômica, uso abusivo de substâncias psicoativas e comprometimentos emocionais ou cognitivos.