ALPB debate soluções para a crise hídrica no Sertão durante audiência pública em Sousa

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Publicado em 16 de outubro de 2025 às 21:02
A Assembleia Legislatova da Paraíba (ALPB) realizou nesta quinta-feira (16), audiência pública, em Sousa, para debater a crise hídrica que atinge municípios sertanejos e propor caminhos concretos para garantir o abastecimento e o uso sustentável dos recursos hídricos na região. A Audiência, durante promovida pela Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente da da ALPB, faz parte das atividades projeto Assembleia Itinerante, que este ano já esteve em oito municipios paraibanos.
O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, destacou a gravidade da situação e reforçou a necessidade de ações permanentes de distribuição de água, sobretudo nas regiões que já contam com reservatórios abastecidos. “Não é só de Sousa. O Vale do Piancó, São Bento e várias cidades ao redor estão enfrentando falta d’água. Está na hora de resolver isso de forma definitiva. Já temos águas em várias regiões, como Mãe d’Água e Curemas, que têm capacidade suficiente para atender 18 cidades do Vale do Piancó. Falta investimento em distribuição. Precisamos garantir ao homem do campo que ele terá água hoje, amanhã e no futuro, para que continue investindo na sua propriedade e vivendo dignamente do que produz”, ressaltou.
Representando a cidade de Sousa, o deputado suplente André Gadelha celebrou a presença da Assembleia na região e reforçou a urgência de projetos que assegurem o uso eficiente da água disponível. “A Assembleia aqui em Sousa é um presente no momento em que a cidade vive um clamor por falta de água. Não é a ausência do Rio São Francisco nas bacias, mas sim a falta de projeto para a distribuição. Sousa precisa avançar, estruturar suas várzeas e o perímetro irrigado de São Gonçalo, que são fundamentais para o agronegócio. Vamos apresentar dois projetos: tornar o Rio do Peixe perene e substituir o sistema de irrigação de São Gonçalo, um investimento de mais de R$ 150 milhões. Isso vai racionalizar o uso da água e transformar São Gonçalo em uma nova Petrolina, além de fortalecer a agricultura profissionalizada e sustentável”, explicou.
O debate também foi destacado pelo secretário de Esporte, Juventude e Lazer, Lindolfo Pires, que elogiou a descentralização das discussões e a aproximação da Assembleia com as comunidades locais. “É uma sessão extremamente interessante e alvissareira para o Sertão. Quando o debate acontece aqui, a população participa, as entidades se manifestam e as soluções se tornam mais reais. A Assembleia é a maior caixa de ressonância do Estado, e tudo o que for tratado aqui certamente terá eco junto às autoridades competentes”, afirmou.

Presidente da comissão responsável pela audiência, o deputado Júnior Araújo ressaltou o papel estratégico da ALPB em promover um ciclo de debates sobre o desenvolvimento sustentável do interior paraibano. “Sousa tem um grande potencial para desenvolver-se ainda mais na exploração dos recursos hídricos. A chegada das águas do São Francisco é uma oportunidade de criar arranjos produtivos regionais que movimentem nossa economia. A Assembleia cumpre seu papel ao levantar esse debate, ouvir a população e propor encaminhamentos práticos junto aos governos Estadual e Federal”, destacou o parlamentar.
Representando o prefeito Helder Carvalho, o secretário de Articulação Política de Sousa, Aldeone Abrantes, enfatizou o momento de transição vivido pelo Sertão e a importância de políticas públicas integradas. “Sousa é uma cidade privilegiada, com rios, terras férteis e um dos perímetros irrigados mais importantes do Nordeste, com 9.500 hectares cultiváveis. A água existe, a terra existe, o que falta são políticas públicas que fortaleçam a produtividade regional. A presença da Assembleia aqui é fundamental para que esse debate se transforme em ações concretas que beneficiem nossa população”, afirmou.
Ao final da audiência, parlamentares e lideranças locais reforçaram o compromisso de encaminhar as demandas discutidas aos governos Estadual e Federal, buscando garantir investimentos em infraestrutura hídrica e irrigação. A expectativa é que as propostas apresentadas se convertam em soluções duradouras para o Sertão, assegurando não apenas o abastecimento humano, mas também o desenvolvimento econômico sustentável de toda a região.