Após reunião com Dom Delson, Nominando aponta movimentações suspeitas envolvendo órgãos públicos e fundação

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), conselheiro Nominando Diniz, recebeu na tarde desta terça-feira (21) o arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson. O encontro teve como objetivo auxiliar a prestação de contas da Ação Social Arquidiocesana (ASA), membro que faz parte da Arquidiocese da Paraíba, e acontece após o escândalo envolvendo o Hospital Padre Zé durante a gestão do padre Egídio de Carvalho, suspeito de desviar mais de R$ 140 milhões.
Durante entrevista ao Sistema Arapuan de Comunicação, Nominando Diniz afirmou que o TCE não fiscaliza diretamente as entidades privadas, como é o caso especifico da Fundação Padre Zé e ASA, porém, ele pontuou que tem obrigação com os órgãos públicos que transferiram os recursos, a exemplo da Prefeitura Municipal de João Pessoa e Governo do Estado.
O conselheiro Nominando Diniz afirmou que é preciptado fazer qualquer juízo de valor neste momento, mas que vai exigir o detalhamento das contas dos dois entes que transferiram valores “volumosos” a Fundação Padre Zé e a ASA, ao apontar ainda que foram constatadas, por meio das investigações em curso, movimentações consideradas suspeitas, o que pode trazer novos desdobramentos ao caso.
“É inacreditável o que foi feito. Um valor entrou como crédito e o mesmo valor saiu em forma de débito, isso é raríssimo nas contas públicas porque toda despesas tem uma tramitação, principalmente a liquidação, a comprovação de que o bem foi de fato entregue e o serviço foi prestado”, disse Nominando Diniz.
Operação
A Justiça da Paraíba expediu três mandados de prisão contra ex-dirigentes do Hospital Padre Zé, de João Pessoa. E um deles é o padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor da unidade hospitalar, que é suspeito de desvio de verba contra a instituição na ordem de até R$ 140 milhões. Ele foi preso nesta sexta-feira (17).
O delegado André Marcedo, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), informou que o padre Egídio se apresentou às autoridades. Sob custódia, ele passou por exame de corpo de delito no Intituto de Medicina Legal (IML) e foi levado para a Central de Polícia, onde deve aguardar a audiência de custódia.
Outras duas pessoas também são alvo dos mandados de prisão: a ex-tesoureira da instituição, Amanda Duarte, e a ex-diretora administrativa, Jannyne Dantas. Elas seguem foragidas.
A determinação das prisões foi do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba. O pedido inicialmente havia sido negado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, mas o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) recorreu da decisão. O desembargador elenca a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e o asseguramento da aplicação da lei penal para justificar as prisões.
Fonte: paraiba.com