Brasil registra oito mortes por febre maculosa e infectologista Fernando Chagas alerta sobre contágio: “não passa de pessoa para pessoa”
O Brasil registrou 53 casos e oito mortes por febre maculosa até a tarde desta quarta-feira (14), segundo o Ministério da Saúde. Apesar de ainda não haver casos suspeitos na Paraíba, o ClickPB conversou com o infectologista Fernando Chagas para entender como acontece o contágio da doença, quais os sintomas e o tratamento.
“É uma doença que a gente já vê no Sudeste. O problema agora é que existem algums casos ligados e não é uma doença que passa de pessoa a pessoa. É uma doença provocada por bactérias, que infectam carrapatos. E o carrapato pode infectar o homem e transmitir a bactéria, levando a doença”, afirmou o infectologista.
Segundo Fernando Chagas, os sintomas iniciais da febre maculosa podem ser confundidos com outras doenças. Os infectados pela doença podem apresentar:
– Febre
– Dor de cabeça intensa
– Enjoos e vômitos
– Diarreia e dor abdominal
– Dor muscular constante
– Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés
– Gangrena nos dedos e orelhas
– Paralisia dos membros, que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória
Ainda de acordo com Fernando Chagas, o tratamento da doença deve ser feito corretamente com antibióticos, já que em alguns casos, a febre maculosa pode se agravar e levar à morte. “Quando não tratada em até cinco ou sete dias, pode evoluir para formas gravíssimas, e a morte”, destacou. Na Paraíba, caso haja suspeita de febre maculosa, o paciente deve procurar atendimento no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa.
Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste.
No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum (= A. cajennense) conhecido como carrapato estrela, A. aureolatum e A. ovale. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de carrapato pode albergar a bactéria causadora da Febre Maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.
Conforme apurou o ClickPB, em fevereiro de 2020 o Ministério da Saúde publicou uma portaria determinando que “todo caso de febre maculosa é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. Deve-se iniciar a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes”.
No últimos dias, três mortes foram registradas em Campinas, no estado de São Paulo. Somente a região Sudeste concentra 30 casos. Doze em São Paulo, oito no Espírito Santo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas Gerais. Em 2022, foram registrados 190 casos e 70 mortes por febre maculosa no Brasil.
Fonte: clickpb