Israel diz ter matado líder do Hamas e viúva de fundador do grupo
O conflito entre Israel e o grupo Hamas segue para seu 13º dia. Na madrugada desta quinta-feira (19/10), o exército israelense matou a viúva do cofundador do grupo, Jamila al-Shanti, e Rafat Abu Hilal, chefe militar do grupo Comitês de Resistência Popular de Gaza.
s Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que um ataque aéreo na cidade de Rafah, no sul de Gaza, matou Rafat Abu Hilal. O grupo que ele chefiava seria a terceira maior facção terrorista em Gaza, depois do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina. E o próprio Hamas confirmou a morte de Jamila, viúva de um dos fundadores do grupo, Abdel Aziz al-Rantisi, morto em 2004.
Al-Shanti foi a primeira mulher a ser eleita ao setor político do Hamas.
“As FDIs continuam a atacar o tempo todo em toda a Faixa de Gaza. Durante o último dia, as FDIs, dirigidas pelo Shin Bet, destruíram centenas de infraestruturas terroristas do Hamas, dezenas das quais foram atacadas no bairro de Sageya”, afirmou nas redes sociais o porta-voz das FDIs, Daniel Hagari.
Segundo ele, as infraestruturas atacadas incluem locais de lançamento de mísseis antitanque, poços de túneis, locais de inteligência, quartéis-generais operacionais e outros quartéis-generais.
Na última terça-feira (18/10), eles haviam anunciado a morte de outro comandante do Hamas.
Ambos morreram durante um ataque aéreo de Israel à zona sul da Faixa de Gaza. Israel também mirou outros integrantes de diversos setores do Hamas que estiveram envolvidos nos atentados de sábado (7/10), quando teve início o conflito. Ao todo, mais de 40 pessoas vieram a óbito e 21 estão feridas.
Desse número, 10 mortos foram de membros do comando Nukhba, dentro do Hamas. O exército também mirou locais estratégicos ao grupo.
Na quarta-feira (18/10), o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, chegou a solicitar que Israel não fosse consumido pelo ódio na hora de responder aos ataques do grupo Hamas. Ele também adiantou que o país concordou em abrir a passagem para a entrega de ajuda humanitária entre o Egito e a Faixa de Gaza.
“O povo palestino está em grande sofrimento, e nós lamentamos a perda de vidas inocentes palestinas em todo o mundo. O povo de Gaza precisa de comida, água, remédios e abrigo”, afirmou.
Situação atual do conflito entre Israel e Hamas
Após dias de negociação e consternação de diversos chefes globais, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou a minuta brasileira de resolução que poderia frear o conflito entre Israel e o Hamas. O texto, no entanto, não passou – foi vetado pelos Estados Unidos (EUA). Agora, uma perspectiva pacífica está mais distante no horizonte.
Os mais de 2 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, nesse contexto, seguem entregues a uma guerra sem horizonte de fim. Só até a última quarta-feira (18/10), o conflito resultou em mais de 4,9 mil mortes. Na Palestina, foram 3.540 óbitos. As autoridades de Israel informaram 1,4 mil mortes. Somados ambos os lados, o número de feridos passa de 17,7 mil.
De acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, a decisão de permitir ajuda limitada a partir do Egito foi tomada após um pedido formal do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em visita a Israel. O governo federal já repatriou mais de 1,1 mil pessoas, tendo encerrado a primeira fase da maior operação já realizada pelo país em uma zona de conflito. Ao todo, já saíram de Israel para o Brasil em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) 1.135 cidadãos brasileiros. O resgate, batizado de Operação Voltando em Paz, começou logo após a declaração de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. Faltam, agora, os brasileiros que estão na Faixa de Gaza – impedidos de chegar à passagem de Rafah, para o Egito, devido ao conflito.