Caso Padre Zé: Instituto faz chamamento público para vender caminhoneta avaliada em R$ 200 mil usada por padre Egídio

O Instituto São José, responsável por gerir as atividades do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, abriu nesta segunda-feira (6) um chamamento público para leiloar um veículo, avaliado em quase R$ 200 mil, para quitar débitos da unidade hospitalar.
No chamamento, o Instituto diz que o veiculo S10 HIGH COUNTRY, 2020/2021, não é indispensável à execução das suas atividades. Segundo a proposta, os interessados poderão realizar vistoria no veículo, entre os dias 7 e 9 de novembro de 2023, entre 9 e 11h, no pátio do Hospital Padre Zé.
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De acordo com o edital, as propostas de compra devem ser apresentadas no dia 10 de novembro de 2023, através de em envelopes fechados, seguindo o modelo anexo ao edital, em sessão pública que se realizará na capela do Hospital Padre Zé.
Entenda
Uma operação conjunta foi deflagrada para investigar um suposto esquema de desvio de verbas do Hospital Padre Zé, em João Pessoa e cumpriu 11 mandados de busca. O principal alvo da investigação é o padre Egídio de Carvalho, ex-diretor do hospital.
A investigação aponta uma ‘confusão’ entre os patrimônios da entidade e do padre. E apura, entre outras coisas, a aquisição de imóveis de alto padrão por parte do religioso, com recursos do hospital.
A operação ‘Indignus’ contou com a participação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB), da Polícia Civil, da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (SEDS), da Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba (Sefaz) e da Controladoria-Geral do Estado da Paraíba (CGE).
O que a operação investiga?
As investigações do caso descrevem possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos na gestão do padre Egídio no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. As irregularidades também ocorriam no Instituto São José, entidade mantenedora do hospital, e na Ação Social Arquidiocesana (ASA), que também tinham Egídio como responsável.
A investigação aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre bens e valores de propriedade das entidades com os bens do padre Egídio. Destaca também uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.
Segundo a investigação, as condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.
Empréstimo de R$ 13 milhões
O novo diretor do Hospital Padre Zé, padre George Batista, afirmou durante entrevista ao programa Frente a Frente, da TV Arapuan, que a força-tarefa composta por órgãos públicos deve investigar o destino de dois empréstimos que somados atingem o valor de 13 milhões de reais. Os empréstimos foram solicitados em 2022 e em junho deste ano pela antiga direção, que era comandada pelo padre Egídio de Carvalho, principal alvo da Operação Indignus que apura o desvio de recursos da unidade hospitalar.
A força-tarefa foi formada para investigar irregularidades no Hospital Padre Zé e, de acordo com a nova diretoria da instituição, é formada pela Polícia Civil, Ministério Público da Paraíba (através do Gaeco), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz ) e Controladoria-Geral do Estado. A ação é um desdobramento das mudanças na administração após a denúncia de furto de celulares da unidade, e a renúncia do então diretor.
De acordo com o padre George Batista, a instituição precisa de uma receita mensal em torno de R$ 1,3 milhões, mas recebe por mês até R$ 1 milhão do Sistema Único de Saúde (SUS). Os empréstimos são responsáveis por descontos na verba mensal enviada pelo SUS para o hospital.
Fonte: paraiba.com