Polícia Federal indica evidências de que Bolsonaro enviou dinheiro para o exterior enquanto aguardava golpe no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro participa do lançamento do Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário, no Palácio do Planalto.
Brasil 247
Jair Bolsonaro (PL) enviou dinheiro ao exterior para bancar despesas enquanto aguardava o golpe. A informação foi divulgada pela Polícia Federal (PF). De acordo com as apurações, a quebra de sigilo bancário do ex-mandatário mostrou uma operação de câmbio no valor de R$ 800.000. Essa parte da investigação está inserida na apuração da venda ilegal de joias, tendo entre os envolvidos o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo federal. Por lei, presentes dados por governos de outros países devem pertencer ao Estado brasileiro, não podendo ser incorporados a patrimônio pessoal. O relato foi pulicado na coluna Radar.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência no exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado que estava em andamento”, diz a PF.
A PF iniciou na semana passada a operação Tempus Veritatis (“A hora da Verdade”), para descobrir mais detalhes e punir os envolvidos em um esquema que pretendia aplicar um golpe de Estado. A tentativa de ruptura institucional previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Entre os alvos da operação estão Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, todos generais e antigos assessores de Jair Bolsonaro.
Ex-comandantes do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, e da Marinha, Almir Garnier Santos, também foram alvos de mandados de busca e apreensão. Há mandados de prisão contra os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Marcelo Costa Câmara; e o tenente-coronel Rafael Marins de Oliveira, todos militares da ativa.