Empresário que delatou PCC é assassinado no Aeroporto de Guarulhos
O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, nesta sexta-feira, 8. A ação ocorreu no Terminal 2, destinado a voos domésticos. Ele é delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Dois suspeitos foram detidos, mas a polícia ainda investiga se essa dupla tem alguma ligação com o atentado. Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.
Ex-diretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras da cidade, Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.
Na delação, ele falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django.
Segundo o Estadão apurou, ele também mencionou corrupção policial e suspeita de pagamento de propina na investigação da morte de Cara Preta.
A investigação ficará a cargo do DHPP.
Movimentação no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Cumbica em Guarulhos Foto: Daniel Teixeira/Estadão – Foto: 10/03/2023© Fornecido por Estadão
“Eu havia sido contra a delação porque eu sabia que não ia terminar bem”, disse Ivelson Salotto, que era advogado do Gritzbach. “Ele denunciou policiais corruptos e bandidos. Quem poderia matá-lo?”
Gritzbach foi diretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras da cidade. Aos investigadores, ele disse que conheceu os integrantes da facção “no âmbito do ambiente de trabalho da Porte” por meio de um corretor de imóveis em razão da venda de dois apartamentos no Tatuapé, na zona leste, paulistana, região que virou um reduto da cúpula do PCC nos últimos anos. O Ministério Público Estadual (MPE) está investigando a Porte, sob a suspeita de ter vendido mais de uma dezena de imóveis para traficantes de drogas, segundo a delação do ex-funcionário. Gritzbach também afirmou que executivos da construtora sabiam do pagamento de imóveis em dinheiro em espécie e também de registros de bens cujo nome do verdadeiro proprietário ficava oculto.
Fonte: Estadão